![]() |
#pracegove – Um muro bege onde uma criança ruiva de costa, calça jeans, camisa listrada colorida desenha em preto uma carinha sorrindo / Foto: Reprodução |
Por várias vezes, parei para pensar nisso. Concordo que no passado haviam coisas ou situações melhores que hoje, como mais segurança, mais respeito, uma vida mais calma. Todavia, o acesso a serviços básicos como saúde, direitos, transportes, alimentação, avanços tecnológicos, dentre outros, acredito que hoje sejam melhores do que antes, embora grande parte deles ainda não sejam o ideal. Mas estão aí para facilitar a vida moderna.
Ao longo do tempo, vários problemas estimularam homens a pesquisar saídas, criar coisas, estudar em laboratórios científicos, tecnológicos e de engenharia, permitindo-nos chegar na evolução de vida que temos hoje. Claro que tudo isso influenciou no comportamento frenético nosso de cada dia!
E agora, com todas as facilidades da vida moderna, estamos felizes? Acho que não. O ser humano, por natureza, nasce e morre infeliz e se sentindo incompleto.
Posso pegar como exemplo, um rapaz. Ele conhece uma moça, encanta-se e passa a dizer: “Se eu casar com ela, vou ser o homem mais feliz do mundo!” Com o tempo, o destino une os dois. O rapaz passa almejar: “Eu preciso comprar a minha casa para ser feliz com minha esposa!”. Após muito trabalho e esforços, compram uma residência segundo suas posses. Agora o discurso será: “Vou comprar um carro para poder ter mais momentos de lazer com minha família, ir com mais facilidade ao trabalho!” Novamente um período de esforços e economias até comprar um automóvel. E aí começa um círculo sem fim: “Preciso de uma casa maior para ter conforto, um carro mais novo, comprar tal coisa, trocar outras”.
Com isso, estamos sempre projetando a felicidade para o futuro. “Preciso ter tal coisa, fazer tal conquista para me sentir feliz!” E assim adiando a felicidade, quase nunca desfrutamos dela no tempo presente.
Como uma teimosia, não a percebemos no dia a dia, mesmo sabendo que a felicidade não é uma sensação eterna. E sim um estado de êxtase, daqueles que se atingem nos momentos de pequenos prazeres, onde se estar feliz basta simplesmente se sentir bem!
Em contrapartida, os processos de infelicidade também funcionam como um momento para amadurecer, pensar e repensar as atitudes, os projetos. Por meio dessa perseguição futura da felicidade, surgem muitas de nossas angústias. E, no meio de momentos angustiantes, encontraremos soluções internas e forças para agir que nós mesmos desconhecíamos possuir. E a partir das soluções de nossas angústias, podemos alcançar a felicidade como uma perspectiva de melhorar de vida.
Só que, como eu já disse, culturalmente somos seres que nascem e morrem com sensações de incompletos, apesar de alcançarmos vários de nossos objetivos. E por muitas vezes não paramos para comemorar ou desfrutar as conquistas atuais, continuamos insatisfeitos ou infelizes em busca de mais, muitas vezes em uma rotina mecânica ou frenética.
Talvez o tão almejado segredo da felicidade esteja em aprendermos conjugá-la no verbo presente como a alegria agora de quem terminou de escrever mais uma crônica.
Linda reflexão sobre felicidade que estar em pequenos gestos, pequenas coisas no nosso viver diário . Parabéns. Silvia Serra
ResponderExcluirPostar um comentário
Olá, ficarei muito feliz se você puder comentar este texto.
Um abração!
Emílio Figueira