A ESQUECIDA HISTÓRIA DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NO BRASIL E NO MUNDO - InstaCrônica 15

 


Acabo de assistir ao filme CRIP CAMP – REVOLUÇÃO PELA INCLUSÃO, que me foi indicado pela minha amiga Silvana Louro. Documentário original da Netiflix, Produção Executiva de Barack e Michelle Obama, Vencedor do Festival Sundance de 2020, emocionou-me demais, além de trazer memórias e imagens que vivi nos anos 1970.

Sem querer dar spoiler, a narrativa mostra como pessoas com deficiências americanas foram sendo estimuladas e tendo suas autoestimas elevadas pelos hippes desde 1951. Duas décadas após, elas se organizavam em Movimentos e conquistaram muitos de seus direitos em um país onde eram totalmente invisíveis.

Antes de ver CRIP CAMP, essas histórias sobre esse Movimento americano já me eram contadas há duas décadas pelo meu amigo Romeu Kasumi Sassaki que viveu parte dessa época lá nos EUA e depois trouxe muitos desses conceitos e ideais ao Brasil. Aliás, essa luta das PcD americanas teve grande influência em terras brasileiras, como conto em uma unidade inteira do meu novo livro AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NA HISTÓRIA DO BRASIL, que, diga-se de passagem, Romeu é uma das pessoas que dediquei a obra. 

Isso também pode ser lido e comprovado em HISTÓRIA DO MOVIMENTO POLÍTICO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NO BRASIL, livro e documentário de Ricardo Shimosakai, lançados em 2010. Uma importante fonte de consulta sobre a trajetória das PcD na luta pela conquista e garantia de seus direitos fundamentais, com falas de quem viveu momentos importantes dessa história, de quem saiu da condição de merecedor de “caridade” para a condição de sujeito de “direitos”.

Como revelam pessoas no filme brasileiro, que pode ser assistido no YouTube, o que era uma forte união entre nós PcD nos anos 1980, começou a se rachar em grupos de interesses diversos, perdendo e enfraquecendo a agenda principal do Movimento e o que fortalecia as reinvindicações brasileiras. E a falta desse modelo inicial, levou-nos a uma onda de individualismo e interesses particulares que tomou conta das novas gerações de pessoas com deficiência, acabando àquela união passada.

Hoje muita gente fala e luta pela Inclusão no Brasil, o que é muito positivo, mesmo em bolhas, muitos com seus modismos. Pois uma das funções de uma geração é substituir a outra nos movimentos por ideais civis e políticos. Mas poucas conhecem ou procuraram conhecer as raízes dessa construção histórica. Uma pena!

Ainda mais neste momento que muitos de nossos direitos e conquistas desses 40 anos de luta estão sendo aniquilados por falta de uma união nacional! 

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Emílio Figueira

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