A RESILIÊNCIA DE MAHATMA GANDHI – Por Emílio Figueira / MiniCrônicas 18


#pracegover – Desenho com tom marrom de Mahatma Gandhi careca de óculos sorrindo / Foto: Divulgação
Desde minha adolescência estudo a biografia de Mahatma Gandhi, notável ativista indiano que contribuiu para a independência da Índia e participou da luta contra o fim do colonialismo inglês. Sua forma de manifestação pacífica e o movimento de resistência sem violência representam a “Satyagraha”, termo que Gandhi usou para nomear a filosofia que o tornou conhecido mundialmente.

É nele que me inspiro para falar de resiliência, nossa capacidade de lidar com problemas, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas - choque, estresse, desilusão, perdas etc. - sem entrar em surto psicológico. Ela nos orienta em uma tomada de decisão quando deparamos com um contexto entre a tensão do ambiente e a vontade de vencer, criando uma adaptação positiva a adversidades, uma interação de sistemas adaptativos complexos, como o círculo social, família, cultura, entre outros.

Frente de uma situação difícil, o que você faz: chora, surta, foge ou enfrenta?

Há pessoas que além de ficarem e enfrentarem os problemas, ainda conseguem se beneficiar com eles, aprendendo e crescendo emocionalmente. Essas são as pessoas resilientes. 

O termo veio da física para designar a capacidade que alguns materiais têm de absorver impactos e retornar à forma original. Quando se trata do comportamento humano, a palavra significa a habilidade de lidar e superar as adversidades, transformando experiências negativas em aprendizado e oportunidade de mudança. Ou seja, "dar a volta por cima".

Pessoas resilientes têm a capacidade de enfrentar crises, traumas, perdas, graves adversidades, transformações, rupturas e desafios, elaborando as situações e recuperando-se diante delas, proporcionando ao ser humano condições para enfrentar e superar problemas e adversidades. Uma adaptação positiva à adversidades, uma interação de sistemas adaptativos complexos, como o círculo social, família, cultura, entre outros.

Não podemos confundir resiliência com resistência, duas palavras com características diferentes. Uma pessoa resistente é aquela que 'segura as pontas', resistindo a situações de pressão. Já uma pessoa resiliente, além de suportar a pressão, aprende com as dificuldades e os desafios, usando sua flexibilidade para se adaptar e sua criatividade para encontrar soluções alternativas.

Pessoas resilientes têm a administração das emoções, uma habilidade de se manter sereno diante de uma situação de estresse, capazes de utilizar as pistas que leem nas outras pessoas para reorientar o comportamento, promovendo a autorregulação. Quando essa habilidade é rudimentar, as pessoas encontram dificuldades em cultivar vínculos e com frequência desgastam, no âmbito emocional, aqueles com quem convivem em família ou no trabalho.

São dois pontos que mais me fascinam na resiliência. O otimismo, a crença de que as coisas podem mudar para melhor. Há um investimento contínuo de esperança e, por isso mesmo, a convicção da capacidade de controlar o destino da vida, mesmo quando o poder de decisão esteja fora das mãos. E a empatia, nossa capacidade que o ser humano tem de compreender os estados psicológicos dos outros (emoções e sentimentos). Não é ''colocar-se no lugar do outro'' como muitos insistem em afirmar. É sim a capacidade de sentir o mesmo que o outro sente.

Assim como Mahatma Gandhi, que tinha o controle e capacidade de regular a intensidade de não se levar impulsivamente pela experiência de uma emoção, tornando o grau de compreensão mais sensível e apurado mediante a situação, na história mundial existem muitos exemplos de pessoas resilientes, que transformaram verdadeiras tragédias em oportunidade de crescimento.

2 Comentários

Olá, ficarei muito feliz se você puder comentar este texto.
Um abração!
Emílio Figueira

  1. Resiliência precisamos exercer cada vez mais. Silvia Serra

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    1. Sempre fui Gandhiana, mas agora pensando em resiliência acredito ainda mais no potência de Gandh em minha vida. Obrigada por me lembrar disso Emílio.

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Emílio Figueira

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