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#pracegove ao fundo uma cortina branca, mesa de formica com seis antigas duchas coronas de cores diferentes: azul claro, vermelho, laranja, amarelo, roxo e azul escuro. Foto: Reprodução |
Assim que começou essa onda de coronavírus no Brasil,
explodiu-se o número de memes, áudios e vídeos sobre o assunto. Alguns são tão
inteligentes que me deixam feliz por notar como o brasileiro é altamente
criativo. Além que, pelo bom humor, quebramos essa tensão atual.
Dentre esses memes, recebi um com a foto das antigas duchas
coronas, o que mexeu muito com minha memória afetiva. Lembrei-me que quando era
pequeno e morava com meus avós em uma chácara no interior paulista, amava
quando essas coronas queimavam, meu avô trocava e me dava a velha para brincar.
Eu ia tentando desmontá-la, ao mesmo tempo que desafiava a minha coordenação
motora por causa de minha paralisia cerebral. E muitas vezes “usava“ meus
amigos para compensar minhas dificuldades físicas.
Várias partes delas eram de enroscar. Os parafusos meu avô
afrouxava e depois eu ficava tentando lidar com a chave de fenda. As coronas
eram desmontadas e montadas várias vezes. O mesmo eu fazia com rádios velhos,
eletrodomésticos que não prestavam mais e tantas outras coisas.
Sem ter a mínima noção, eu praticava os princípios da
Engenharia Reversa. Processo de descobrir os princípios tecnológicos e o
funcionamento de um dispositivo, objeto ou sistema, analisando sua estrutura,
função e operação, desmontando uma máquina para descobrir como ela funciona.
Hoje, como psicólogo e psicanalista, penso que deveríamos
ter o hábito de fazer a Engenharia Inversa de nós mesmos. Tirar um tempo, nos
auto desmontarmos pelas nossas memórias. Ressignificar o que não foi bom,
minimizar dores e perdas do passado, compreendendo que o lugar que eles
ocorreram foi no passado e deixar que as fiquem lá.
Ao mesmo tempo, buscar nossos pontos positivos e alegres e
trazê-lo de volta ao presente para alimentar a nossa alma e dia a dia. E, entre
pontos positivos e negativos, como na vida de qualquer pessoa, teremos
consciência de como vemos sendo nos construindo em nossas existências.
Eu mantenho essa prática. E vocês não imaginam o tanto de
Emílios que redescubro!
Até mais ver!
Grande Amigo e Irmão Emílio, um gênio com um cérebro previlegiado, parabéns.
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Um abração!
Emílio Figueira